Por Gabriel Belic
Espanha, 1810, nascia o maior assassino em série de Lisboa, Diogo Alves. Mudou-se para Portugal ainda jovem e na capital deu início ao seu comportamento criminoso. Em 1836, com 26 anos, começou a matar, agindo principalmente no Arqueduto das Águas Livres, um sistema de captação e distribuição de água que possui sessenta e cinco metros no seu ponto mais alto.
Durante a noite, Alves saqueava os indivíduos que passavam pelo arqueduto e, logo depois, os empurrava do alto da construção. Além do crime se assemelhar com suicídio, a polícia de Lisboa deu menos importância ainda para o caso quando descobriu que as vítimas eram de classe baixa. Dessa forma, Diogo conseguiu matar mais de 70 pessoas em menos de um ano. Mesmo assim, com o passar do tempo, o caminho do arqueduto foi fechado devido à grande quantidade de “suicídios” no local.
Por isso, o assassino passou a atuar em outras localidades, invadindo residências para matar e roubar os moradores. Foi nesse momento que a polícia começou a alarmar-se. Entretanto, o que de fato deixou Alves na mira das autoridades foi o assassinato da família de um médico. Diogo amarrou, torturou e depois assassinou o médico juntamente com sua esposa e seus dois filhos.
Com todo pavor e alvoroço na cidade, Diogo foi reconhecido por testemunhas e foi condenado à morte por enforcamento. O assassino foi morto em 1841 e sua morte foi a última execução de pena de morte em Portugal. Há quem fale que antes de morrer, ao ser questionado se possuía algum remorso dos crimes que cometeu, Diogo disse: “Só uma vez. Um bebê que matei para que ficasse quieto. Antes que pudesse matá-lo, ele sorriu para mim. Então, eu senti remorso”. Todas as mortes do arqueduto foram atribuídas a ele, mas nunca foi feita uma investigação detalhada das mortes que ocorreram naquele local.
A história de Diogo não acabou no seu enforcamento. O médico José Lourenço da Luz Gomes pediu para ficar com a cabeça do criminoso, para que pudesse estudá-la. No século XIX, acreditava-se que o formato do crânio poderia ser capaz de revelar algo sobre a personalidade do indivíduo. A cabeça de Diogo Alves permanece intacta até hoje na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.
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