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A HISTÓRIA DE NATASCHA KAMPUSCH

Por Andrezza Ferrigno


Natascha Maria Kampusch, é uma cidadã austríaca conhecida por seu sequestro aos dez anos de idade quando estava a caminho da escola. Foi mantida em cativeiro por oito anos, desde março de 1998 até agosto de 2006.


Isolada do mundo na infância ao fim da adolescência, foi submetida a todo tipo de humilhação psicológica, sexual, estupro, tortura física com surras constantes e privação de comida e luz.


Natascha foi mantida em uma pequena cela de 5 m² na garagem da casa de Přiklopil, seu sequestrador, cuja entrada ficava escondida atrás de um armário. Sem janelas e à prova de som, a cela tinha uma porta feita de concreto reforçada com aço. O local tinha uma pia, vaso sanitário e uma cama beliche onde ela dormia na parte de cima e usava a escada para pendurar roupas.


Era obrigada a chamar seu captor de "Mestre", o que sempre se recusava a fazer, mostrando rebeldia, que lhe custaria surras. Também fez a mesma a trocar de nome, e então passou a chamar-se "Bibiane", sua identidade pelos sete anos seguintes.


Após dois anos de cativeiro ela pode respirar ar puro pela primeira vez, quando Přiklopil lhe permitiu passar alguns minutos no jardim da casa com ele, à noite. Quando entrou na puberdade, Natascha muitas vezes dormia algemada a Wolfgang na cama dele – o fez pela primeira vez aos quatorze anos. Ele também a obrigava a raspar a cabeça para que fios não ficassem pela casa, passou períodos de fome.


Sob o controle do sequestrador, Natascha tinha acesso a televisão e rádio, Přiklopil lhe havia dado livros, ensinado matemática, ela ouvia sempre a Ö1 International, a estação oficial internacional da Áustria, dedicada à educação e música clássica, também com transmissão em espanhol e inglês.


Em 23 de agosto de 2006, Natascha estava no jardim lavando e passando o aspirador de pó no carro de Přiklopil, sempre vigiada de perto, quando, ele recebeu um telefonema no celular. Por causa do barulho do aspirador, ele se afastou para outra área da casa para poder atender a ligação. Deixando o aspirador ligado, ela saiu correndo pelo jardim sem ser vista por ele. Enfim encontrou uma senhora na janela de uma casa, e pediu desesperadamente para ligar a polícia, falando seu nome e que havia sido sequestrada. Foi identificada pela cicatriz que possuía, pelo passaporte achado após as buscas na casa de Přiklopil e por exames de DNA. Sua fuga levou ao suicídio de seu raptor.


Natascha Kampusch passou os primeiros dias de liberdade na ala psiquiátrica para crianças e adolescentes do Hospital Geral de Viena, aos cuidados de médicos e enfermeiras, sem contato com a família e sem permissão de sair.


Sua história chocou o mundo, transformou-a numa celebridade nacional e internacional e resultou numa autobiografia, 3096 Dias (3096 Tage), em documentários, num filme baseado em seu livro e num posterior talk show na televisão.


Em 2009, ela tornou-se o rosto da organização pró-direitos dos animais PETA na Áustria. Em junho, escreveu uma carta à ministra da Agricultura da Alemanha, Ilse Aigner, onde a campanha é baseada, exigindo a libertação de animais dos zoológicos do país.


Em 2010, com 22 anos, ela obteve o certificado de conclusão do ensino médio. Em 2011, usando parte do dinheiro ganho com a venda do livro, um best seller internacional, construiu e equipou um hospital infantil no Sri Lanka, Natascha Kampusch’s Children’s Ward, estando presente para sua inauguração. Em 2016, para relembrar os 10 anos de sua fuga, ela lançou um outro livro.

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