Por Isabella Scala
Francisco de Assis Pereira é um dos assassinos em série mais famosos do Estado de São Paulo, mas poucos o conhecem por esse nome. Ele é conhecido como Maníaco do Parque e foi responsável pela morte de sete mulheres e pelo estupro de outras nove.
Como grande parte dos assassinos em série, Francisco sofreu abusos durante a infância. Foi molestado sexualmente por uma tia, e como adulto, passou a assediado sexualmente por um colega de trabalho. Algo presente durante a infância de Francisco foi um matadouro, onde ele passava parte de seu tempo assistindo bois sendo mortos.
Jorge Trindade, psicólogo com várias obras publicadas, afirma que as experiências durante a infância podem influenciar no seu comportamento quando adultos. “A influência mais importante do ambiente familiar no desenvolvimento das crianças é a atmosfera social e psicológica que se constrói em torno do lar, dependendo do ambiente ser favorável e amoroso ou repleto de conflitos, e se existe bem-estar econômico ou não”.
Durante o ano de 1998, o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa da cidade de São Paulo encontrou vários corpos de mulheres que haviam sido estupradas e mortas da mesma maneira no Parque do Estado. As mulheres foram estranguladas até a morte com um cadarço de sapato.
O Maníaco do Parque seduzia suas vítimas ao oferecê-las falsas promessas de emprego em uma agência de modelos. Seu principal lugar para atrair as vítimas era a Estação Jabaquara da linha de metrô de São Paulo. Ele as a levava ao parque com uma promessa que haveria um ensaio fotográfico que seria uma “oportunidade única e imperdível”. Ao chegar lá, ele surpreendia as vítimas e as atacava. Francisco disse que procurava mulheres com semblante “triste” e cabeça baixa, pois as considerava mais fáceis de abordar.
As vítimas que conseguiram escapar das mãos do assassino entraram em contato com a polícia, que fez um retrato falado. Depois de meses, a investigação foi levada até uma empresa de motoboys onde o assassino havia trabalhado. Na empresa foi encontrada a carteira de identidade de uma das vítimas, o que contribuiu para a identificação de Francisco como o assassino.
O Maníaco tentou fugir para o sul do Brasil, mas foi reconhecido e capturado pela polícia. As marcas de mordidas que ele havia deixado nas vítimas e a análise da arcada dentária comprovou que ele era o assassino que a polícia procurava.
Hoje, Francisco segue preso e poderá ter sua liberdade em 2028, após passar 30 anos atrás das grades. A promotoria do caso estuda a possibilidade da realização de um exame de sanidade para provar que o assassino é um perigo para a sociedade e seja transferido para uma instituição psiquiátrica.
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