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ALBERT FISH: O "BICHO PAPÃO" QUE MUTILAVA, MATAVA E COMIA CRIANÇAS

Por Camille Santos


ATENÇÃO: O MATÉRIA A SEGUIR CONTÉM CONTEÚDO SENSÍVEL


Albert Fish era um senhor, cuja aparência dizia ser mais velho do que realmente era. Em seu último crime, possuía 58 anos, embora parecesse ter 70 anos. Grisalho desde jovem e, juntamente com seu rosto magro e fundo, realmente dava a impressão de ser um idoso.

Sempre bem arrumado e agindo com educação e polidez em público, foi difícil acreditar que esse mesmo senhor pudesse ter torturado, assassinado e devorado crianças.


Durante sua vida, Albert ganhou diversos apelidos, graças a seus crimes e vícios medonhos. No final, o homem, que era um dos maiores serial killers dos Estados Unidos, ficou conhecido como o Homem Cinzento, Lobisomem de Wysteria, Maníaco da Lua, Vampiro do Brooklyn e Bicho-papão.


Muito da personalidade psicopata de Albert pode ser explicada por traumas adquiridos enquanto ele ainda era criança. Quando nasceu, no ano de 1870, em Washington DC, EUA, seu pai já estava com 75 anos. Isso fez com que o garoto ficasse órfão ainda muito cedo.

Depois da morte, ele passou a viver em um orfanato, onde tudo piorou. Lá, Fish apanhava e era chicoteado com frequência. Com o tempo, percebeu que quanto mais sofria agressões, mais gostava delas.


Na adolescência, quando já tinha voltado a morar com a mãe, Albert conheceu um garoto. Os dois tiveram uma relação e, nesse momento, Fish foi apresentado ao mundo da coprofagia (prática de comer fezes).


Perto dos 30 anos, sua mãe apresentou-lhe a uma mulher, com quem Albert se casou e teve seis filhos. Mesmo comprometido, o homem continuou a ter relações homoafetivas extraconjugais que funcionavam à base do sadomasoquismo. Nessa época, trabalhando como pintor, ele abusava de meninos mais novos — de preferência menores de seis anos.

Era um masoquista confesso. Obrigava seus seis filhos a assisti-lo autoflagelar-se e só cessava quando seus glúteos ficavam em carne viva e jorrando sangue. Gostava muito, também, de enfiar agulhas no seu corpo – especificamente entre o ânus e os testículos.

Algumas perfuravam tão profundamente a carne que sua remoção se tornava impossível.


Cada vez mais, seu sadismo aumentava e ele desenvolvia interesses mórbidos como castração, automutilação e mutilação sexual. Por algumas vezes até praticava tais atos nas crianças que sequestrava e abusava.


Possuía um encanto desmedido à religião e a seus dogmas, assim como sacrifícios. Confessou que apreciava introduzir algodões, encharcados de álcool, dentro de seu ânus para, logo após, atear fogo, além de comer fezes.


Com o tempo passou a sofrer, como sua mãe, alucinações. Dizia ser capaz de ver Jesus Cristo e anjos. Como pensava estar em contato com o divino, arranjou uma justificativa para iniciar seus crimes: enquanto não fosse reprimido por Deus, nada de grave estaria cometendo. Segundo ele, Deus nunca lhe repreendeu verbalmente.


Quando ele foi capturado tinha mais de 60 anos. Quando preso confessou ter matado ao menos 23 e molestado mais de 400 crianças. Ele aguardava, pacientemente como um predador, uma criança, previamente escolhida, ficar sozinha. Ele levava as crianças até casas abandonadas, onde pudesse realizar suas práticas de tortura e canibalismo.


O apelido de “Bicho-Papão” foi dado por Billy, um menino de 3 anos que estava brincando, em fevereiro de 1927, com seu amigo de 4 anos. Ambos estavam sendo cuidados por um vizinho, na época com 12 anos. Por questão de poucos minutos, o vizinho teve que entrar em sua casa e, assim que voltou, as crianças haviam sumido. Assustado, o menino avisou o pai da criança mais nova e ambos deram início a uma busca desesperada pelos garotos. Quando finalmente acharam Billy, ele estava no terraço da cobertura do edifício, mas sem o seu amigo. Perguntado onde estava o garoto, Billy respondeu: “o bicho-papão o pegou”.

O corpo da criança nunca foi encontrado, mas, posteriormente, Fish confessou a autoria do homicídio e ainda narrou, com extremos detalhes e muita frieza, o que fez com ele.


Quando o sequestrou, levou-o a uma casa abandonada, o despiu e amarrou os pés e as mãos do menino. Separou ferramentas e um chicote, feito por ele mesmo, que chamava de “cat of nine tails”. Iniciou açoitando o corpo nu do menino “até o sangue escorrer pelas pernas”. Logo após, amputou as orelhas, o nariz e cortou, de orelha a orelha (já retiradas), a boca da criança. Disse que, após retirar os olhos, a sua vítima faleceu.


Fish bebeu o sangue que escorria pelo cadáver, depois esquartejou o corpo da vítima e levou ao forno e temperou com cebolas, cenouras, nabos, sal e pimenta.

Segundo ele “sua carne era melhor do que qualquer peru assado que já comi”.


Logo depois veio o crime que seria seu fim. Em 1928, Albert leu um anúncio no jornal, feito por Edward Budd, um jovem de 18 anos que procurava emprego. O assassino se interessou rapidamente pelo garoto e foi fazer-lhe uma visita. Já na casa de sua futura vítima, o homem conheceu a irmã mais nova de Edward, a pequena Grace, de 10 anos.


Sob a desculpa de que iria contratar o garoto, Albert conquistou a confiança da família. Em uma tarde, convenceu os pais de Grace a deixarem que ela o acompanhasse em uma festa. Depois desse dia, a menina nunca mais foi vista por seus familiares.


O assassino ficou impune por seis anos, quando seu retrato falado foi divulgado pela polícia. Ele, então, decidiu mandar uma carta para os pais de Grace, narrando passo a passo do crime terrível que havia cometido — desde o momento em que decidira sequestrar e comer a carne de Grace, até os detalhes do esquartejamento e cozimento.


Albert foi encontrado em casa. Ele tentou reagir à prisão com uma navalha, mas acabou sendo capturado pelos policiais. Já na cadeia, em sua confissão, assumiu ter cometido diversos assassinatos e descreveu todas as vezes que cozinhou a carne de criança das crianças que sequestrou. Mesmo com a confissão, Fish foi julgado apenas pela morte de Grace. Em seu julgamento, que aconteceu em 1935, ele declarou insanidade e foi condenado à morte por cadeira elétrica. Ele ouviu a sentença atentamente e pareceu ter gostado de ser sentenciado à morte na cadeira elétrica.


Albert Hamilton Fish foi eletrocutado na prisão de Sing Sing, em Nova York, no dia 16 de janeiro de 1936. As diversas agulhas alojadas em seu corpo ao longo de toda a vida causaram um curto-circuito, interrompendo o fluxo de eletricidade na cadeira. Foram assim necessárias duas descargas elétricas para matá-lo. Antes de fechar seus olhos completamente, Fish, referindo-se à cadeira elétrica, proferiu suas últimas palavras: “A emoção suprema, a única que nunca experimentei.”


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