Por Isabella Scala
A cidade de São Paulo foi aterrorizada por um serial killer que estrangulava e esfaqueava suas vítimas na década de 1980. Por atuar perto do Parque do Trianon, na região da Av. Paulista, o assassino ficou conhecido Maníaco do Trianon. Como todas suas vítimas eram homossexuais, e alguns não eram assumidos, o caso demorou mais para ser solucionado por conta das famílias das vítimas não assumidas, que tentavam “varrer o caso para debaixo do tapete”. Fortunato Bottom Neto era o Maníaco do Trianon.
A primeira vítima foi José Liberato, um decorador. Seu corpo foi encontrado no seu apartamento com um lençol entre as pernas e uma echarpe amarrada na boca. No seu pescoço, um fio de nylon com fivelas foi encontrado, além de suas mãos estarem amarradas com um fio de eletricidade.
Na manhã do dia 17 de agosto de 1987 foi descoberto o corpo de Antonio Carlos Di Giacomo. Ao chegar para trabalhar, a empregada do psiquiatra o encontrou em uma cena aterrorizante. O médico foi encontrado com os pés e as mãos atados e com uma meia na boca.
Fortunato era um garoto de programa. Depois de se encontrar com as vítimas e combinar o preço do programa, eles se encontravam no local combinado. O assassino bebia com seus clientes até eles ficarem completamente alcoolizados e com menos chances de lutar contra ele. Então, ele amarrava os pés e mãos das suas vítimas e as amordaçava e matava. Os métodos mais comuns usado pelo serial killer eram estrangulamento, golpes de faca ou de chave de fenda. Ao completar o assassinato, ele vasculhava o apartamento à procura de objetos que pudesse vender sem levantar suspeita.
A frieza e a maneira pela qual o assassino se referia aos seus casos chocou até os policiais mais experientes da cidade. Em uma ocasião, Fortunato contou que, para ele, “matar é como tomar sorvete: quando acaba o primeiro, dá vontade de tomar mais, e a coisa não para nunca”.
O assassinato teria saído impune se não fosse pela extorsão que ele estava cometendo com um cliente. O jovem tinha medo que os pais descobrissem que ele era homossexual, e o assassino levou vantagem disso. Ele extorquia o cliente por valores cada vez mais altos em troca do seu silêncio. Um dia, o jovem se cansou da situação e denunciou sua extorsão e o seu comportamento violento para a polícia, que associou o comportamento violento com os assassinatos.
Os detetives do caso armaram uma emboscada. O jovem iria se encontrar com Fortunato e deixar claro que não daria mais dinheiro para ele. Quando o assassino ficasse violento, a polícia interviria. O plano foi um sucesso e o serial killer foi capturado.
Pessoas próximas do caso afirmaram que Fortunato sofria de problemas de personalidade. Às vezes, era um homem calmo e abertamente homossexual. Quando mudava, ficava agressivo, abominava homossexuais e os culpava pela AIDS.
O assassino ceifou a vida de 13 pessoas entre 1986 e 1989. Ele confessou sete crimes e foi condenado por três. Em 1997, ele morreu de broncopneumonia no presídio de Taubaté, em São Paulo.
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