Por Andrezza Ferrigno
Véspera do Natal de 1988, o casal Jorge Toufic Bouchabki e Maria Cecília são assassinados em sua própria residência, localizada na Rua Cuba 109, Jardim América, um dos bairros mais nobres da capital paulista.
Após a investigação da polícia no local do crime, no qual não foram encontrados sinais de arrombamento e nem a arma do delito, foi determinado que o casal foi morto por tiros na cabeça enquanto dormiam. O principal suspeito se tornou o filho mais velho do casal, Jorge Delmanto Bouchabki, na época com 18 anos, já que o mesmo possuía a chave do quarto dos pais.
No depoimento da empregada doméstica Olinda Oliveira da Silva, ela consta que o relacionamento familiar era harmonioso, mas posteriormente em seu depoimento colhido por promotores e pelo Delegado Luíz Carlos Ferreira Sato, ela alega que na véspera do assassinato dos pais, Jorge teria discutido intensamente com a mãe, pelo fato de Maria Cecília não aceitar o relacionamento do filho com a estudante Flávia Soares. A briga terminou em gritos e ele teria dito para a mãe que ela iria se arrepender por ter-lhe batido. Olinda, ao ser questionada por ter omitido esses detalhes no primeiro depoimento, afirma que a família “pediu para ela não dizer nada”, mas nunca explicou o porquê mudou de ideia.
Em 1991, o caso foi arquivado e absolvido por falta de provas contra o filho “Jorginho” em duas instâncias, a última em 1999. Um ano após o ocorrido o rapaz se mudou para Ribeirão Preto, interior de São Paulo, para cursar direito em uma universidade particular da cidade. Antes de terminar a faculdade, ele foi expulso ao ser acusado de pagar as mensalidades com cheques furtados de Enia Luciane da Silva, funcionária da universidade. Jorge voltou para São Paulo e conseguiu se formar em outra instituição de ensino.
Jorge Bouchabki hoje é advogado na Lava Jato, e defende João Muniz Leite na ação em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é acusado de ser o verdadeiro dono de um apartamento, em São Bernardo do Campo.
Marcelo e Graziela, irmãos de Jorge, que na época do crime tinham entre 14 e 10 anos, hoje também advogados, trabalham juntos com o irmão no escritório localizado no Jardim Guedala na Zona Sul paulista.
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