Por Gabriel Belic
Talvez você já tenha escutado o termo “chan”, principalmente associado a massacres e tiroteios. Basicamente, chans são fóruns anônimos localizados na deep web, uma camada profunda da internet que não pode ser acessada tão facilmente. O fato de serem comumente relacionados a tiroteios escolares, por exemplo, é que justamente por se localizarem em uma camada profunda da internet, de modo completamente anônimo e sem identificação do IP original, há uma “liberdade” por parte dos membros de se comunicarem e planejarem os atentados.
Inicialmente, os fóruns nasceram de forma inofensiva, para debater diversos assuntos. Entretanto, o anonimato fomentou o surgimento de vários discursos de ódio, partidos principalmente dos incels. Advindo do inglês involuntary celibacy (celibato involuntário), os incels são homens virgens que cultivam um ódio pelo gênero oposto, incitando o ódio às mulheres e, dessa forma, esbanjando misoginia. Vale lembrar que quase sempre também incitam racismo, homofobia, gordofobia e ódio a outras minorias.
O assunto dos chans entrou em evidência no Brasil principalmente no ano passado (2019), por conta do massacre em Suzano, visto que os dois assassinos utilizavam o fórum Dogolachan para planejar o tiroteio. Logo após, descobriu-se que diversos ataques estavam sendo planejados no mesmo chan. No mesmo ano, cinco meses depois, um homem de 21 anos matou pelo menos vinte pessoas no Texas, que antes do atentado publicou no 8chan – fórum estadunidense de extrema-direta – um manifesto racista, que dizia ser contra a “invasão hispânica”.
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