Por Gabriel Belic
Você provavelmente já assistiu algum filme ou série sobre psicopata que “justifica” o comportamento violento do indivíduo por algum trauma. Entretanto, sabemos que psicopatia é um transtorno de personalidade. Dessa forma, no que podemos acreditar? Psicopatas se formam na sociedade ou já nascem assim?
As causas desse transtorno ainda são um mistério para ciência, mas é possível notar uma série de padrões nesses indivíduos. Além disso, o conceito biopsicossocial – interação entre o ambiente, biologia, aspectos sociais e psíquicos – é primordial para entender o que se passa na mente de psicopatas. De acordo com o artigo “Psicopatia: Influências ambientais, interações biossociais e questões éticas” da revista Debates em Psiquiatria da ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), o psicopata se desenvolve da articulação de componentes genéticos e neurológicos em conjunto com traços de impulsividade. Teoriza-se que há mais risco quando o indivíduo está imerso num ambiente disfuncional e/ou violento. Ademais, os riscos biológicos – funcionamento cerebral, hormônios, etc – também podem ser modificados pelo ambiente ou ser uma interação desses dois fatores, o que caracteriza uma interação biossocial, ou seja, quando os comportamentos do psicopata são frutos da combinação de fatores biológicos e sociais.
Entretanto, é importante ressaltar que nem toda criança infeliz que cresce num ambiente familiar caótico e desestruturado se torna uma pessoa com transtorno de personalidade antissocial. De acordo com o mesmo artigo já citado, a personalidade é formada a partir de características afetivas, físicas e intelectuais, sendo resultante da articulação de diversos fatores. Alguns transtornos de personalidade tornam traços inflexíveis, gerando uma ruptura social e, por consequência, acabam desenvolvendo padrões desajustados para relacionamentos, como acontece com o transtorno de personalidade antissocial (TPA).
Portanto, por mais que não exista um consenso científico e uma resposta definitiva para as causas da psicopatia, é primordial entender que o ser humano se articula como um indivíduo a partir de diversas circunstâncias, sejam elas ambientais, biológicas, psíquicas e/ou sociais. Dessa maneira, é notável que psicopatas possuem padrões perceptíveis, bem como caráter de desprezo pelo outro. Para ser diagnosticado, é necessário ter mais de 18 anos e ter um comportamento padronizado com pelo menos três características que a psiquiatria define como consistentes para esse transtorno.
Link para artigo citado na matéria: http://abpbrasil.websiteseguro.com/rdp16/01/RDP_1_2016.pdf
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